Meishu-Sama

De repente, minha alma passou a ansiar pela fé. Fé! Fé! Imaginei que a fé seria o único caminho para eu ser salvo do sofrimento em meu coração, meu corpo e minha vida. A dura realidade da vida havia cercado o meu coração profundamente, muito profundamente, como uma espessa parede de gelo. …

… A dificuldade financeira! O impacto psicológico! O desmoronamento de minha família! Eu perdi completamente a esperança de minha vida melhorar. Pensava até mesmo que não havia ninguém mais infeliz do que eu em todo o mundo. Nunca esquecerei isso. Tudo isso aconteceu em 1920.

Naquela época, eu vi uma propaganda no jornal e comprei um livro intitulado: Avaliando a Oomoto. Em busca da fé, meu coração procurava ansiosamente uma corda em que eu pudesse me segurar. Esse coração tentava compreender a verdadeira identidade dessa nova religião chamada Oomoto.

E então, eu me senti atraído por alguma coisa. Cada letra! Cada frase! Cada página! Não tenho como enumerar tudo em detalhe, mas alguma coisa, alguma força inexplicável, tomou conta do meu coração e me atraiu.

Algum tempo depois, tomei conhecimento através de um artigo no jornal que a Oomoto havia organizado uma palestra em Kanda. Assim, fui assistir a essa palestra. Acredito que o nome do palestrante era Toru Yoshihara. Então, com cada palavra que o senhor Yoshihara dizia, e à medida em que essas palavras se juntavam, eu pensei: “Tem que ser a Oomoto… A fé que vim buscando por tanto tempo só pode ser a Oomoto. A Oomoto me salvará”. Eu ouvia essas vozes claramente atingindo o meu coração. Como minha mente se iluminou no momento em que percebi que realmente eu seria salvo.

Nessa época, além de eu estar sendo processado por fraude, eu era réu em outros sete ou oito casos judiciais. Oficiais de justiça estavam constantemente fazendo buscas em minha casa – eu vivia num estado infernal. Porém, como alguém cuja alma havia sido salva, nada podia me subjugar. Deste modo, eu deixei os casos judiciais para os advogados e corri para Ayabe, onde ficava a sede da Oomoto. Tudo o que eu queria, com total sinceridade e determinação, era a salvação, uma fé. Usando a janela do trem como travesseiro, meio acordado e meio adormecido na escuridão, eu me preocupava com minha situação financeira desesperadora. No entanto, no fundo do meu coração, eu tinha uma forte e inabalável convicção na fé, que irrompia em chamas. …

Cinco anos atrás, eu sofri uma falência comercial, mas, hoje, nada consegue abalar minha convicção de que sou sempre protegido por Deus. Há bem pouco tempo, minha situação financeira voltou ao normal e, hoje, aos 39 anos de idade, tenho uma vida calma e tranquila.

Tudo, absolutamente tudo, aconteceu pela graça de Deus.

Eu fui salvo pelo poder de Sua graça, pelo calor de Sua mão salvadora.

Com o passar do tempo, dia após dia, minha fé se tornou cada vez mais profunda e firme. Três anos atrás, eu recebi uma revelação de Deus e agora, neste momento, o estado de minha mente é transcendental, sutil, puro e espontâneo. Coisas mundanas nem chegam perto dela. Dentro de mim há uma luz perfeitamente esférica e suave e eu respiro calmamente com meu espírito e corpo.
(“A vida de fé que eu segui”, 1º de novembro de 1930)


Bíblia

Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará.
(Filipenses 3:8–15)


Publicado na Revista Glória, N.º 9, 1º de outubro de 2020

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