Meishu-Sama
Buda pregou a nós a importância da compaixão e estipulou a lei da causa e efeito; Cristo nos mostrou amor e abnegação; Confúcio nos ensinou o caminho do comportamento moral; e Moisés nos deixou os mandamentos. Eles fizeram isso pelo bem da humanidade, e não posso negar que seus ensinamentos fizeram algum bem à humanidade. Mas a especificidade de cada um deles desempenhou apenas uma parte da melhoria da humanidade. Isso quer dizer que eles apenas estipularam doutrinas e estabeleceram mandamentos a serem seguidos. Isso por si só mostra que seus ensinamentos têm limites; eles não são perfeitos. O que precisamos são de ensinamentos sem ensinamentos, mandamentos sem mandamentos e princípios sem princípios. Ou seja, os ensinamentos devem ser livres e flexíveis. Isto, digo eu, é a manifestação da verdade que pode ser encontrada no movimento do Universo. Vejam o exemplo a seguir. Temos leis cujo objetivo é corrigir os erros das pessoas. Embora existam centenas e milhares de leis que estipulam o que não deve ser feito, elas nunca cumprem o objetivo que deveriam alcançar. Afinal, elas limitam seu alcance com palavras. Basta olhar para os malfeitores, que estão sempre tentando encontrar brechas nas leis. Como as leis estão se tornando mais e mais complicadas em comparação com os tempos antigos, o número de crimes deveria ter diminuído, mas é irônico que os fatos indiquem o contrário. Isso prova que meu argumento está correto.
As escrituras de Buda Sakiyamuni, que dizem ter cerca de oitenta e quatro mil, são exatamente as mesmas que as numerosas e intricadas leis.
Agora, a única maneira de corrigir completamente o mal humano é o seguinte: fazer alguma obra na alma que existe dentro dos seres humanos. Esse é o único caminho. Se a alma de uma pessoa for purificada e limpa, ela nunca cometerá qualquer tipo de transgressão, mesmo que viva, por exemplo, em um mundo onde não há leis. Essa alma, digo eu, é a manifestação de um espírito desimpedido, livre e solícito, completamente livre de qualquer tipo de lei, código moral ou mandamentos, e é a própria verdade, sendo una com todo o Universo. Em suma, este é o coração de Kannon.
“O coração e o caminho de Kannon”, 11 de abril de 1936
Bíblia
Que diremos então? A Lei é pecado? De maneira nenhuma! De fato, eu não saberia o que é pecado, a não ser por meio da Lei. Pois, na realidade, eu não saberia o que é cobiça, se a Lei não dissesse: “Não cobiçarás”. Mas o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, produziu em mim todo tipo de desejo cobiçoso. Pois, sem a Lei, o pecado está morto. Antes eu vivia sem a Lei, mas quando o mandamento veio, o pecado reviveu, e eu morri. Descobri que o próprio mandamento, destinado a produzir vida, na verdade produziu morte. Pois o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, enganou-me e por meio do mandamento me matou.
De fato a Lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom. E então, o que é bom se tornou em morte para mim? De maneira nenhuma! Mas, para que o pecado se mostrasse como pecado, ele produziu morte em mim por meio do que era bom, de modo que por meio do mandamento ele se mostrasse extremamente pecaminoso.
Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a Lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da Lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado.
Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte.
Romanos 7:7–8:2 (NVI-PT)
Publicado na Revista Glória, N.º 21, 1º de outubro de 2021