Versão em PDF: Por ter conhecido o Vosso amor_Masaaki-Sama
Boa tarde!
A história da Igreja é uma história de conflitos e não acho um exagero fazer essa afirmação. O caminho trilhado pela Igreja Messiânica Mundial até hoje é um caminho de conflitos.
Como todos sabem, após a ascensão de Meishu-Sama nós tivemos, além da batalha judicial, uma disputa pelos Solos Sagrados e pelas unidades religiosas na época de Sandai-Sama que ocasionaram intervenções da polícia. Posteriormente, em linhas gerais, houve uma reconciliação, mas novamente ocorreu o que pode ser considerado uma disputa por poderes que, por fim, fez com que algumas pessoas, por acharem inconveniente a presença de Kyoshu-Sama, cometessem uma espionagem com a intenção de expulsá-lo.
Frequentemente usamos a expressão: purificação na Igreja. Mas, para dizer a verdade, seria compreensível se isso fosse dito por alguém de fora da organização ou se Deus e Meishu-Sama nos dissessem: “Isso é uma purificação, viu? Essa desavença, na verdade, é o prenúncio de algo bom”. No entanto, o conflito na Igreja Messiânica Mundial não passa de brigas internas e, portanto, acho que não estamos realmente na posição de dizer: “Isso é uma purificação”. Eis o que tenho refletido ultimamente.
Digamos que uma determinada família comece a ter conflitos dentro de casa, causando transtornos aos vizinhos e moradores ao seu redor. Não é comum encher o peito de orgulho e ficar dizendo para todo mundo: “Olhe… Isso é uma purificação. É o prenúncio de algo bom”. Ninguém fala isso, não é? Certamente, o que precisa ser dito é o seguinte: “Pedimos desculpas por quaisquer transtornos causados devido a esse conflito interno na família”.
Assim sendo, creio ser necessário afirmar que o caminho trilhado pela Igreja é um caminho de conflitos.
Logo, a questão é: o que será que Meishu-Sama está querendo nos dizer?
Existem as Sagradas Palavras intituladas: “Amor daijo”. Nelas, Meishu-Sama afirma que o conflito interno religioso é praticamente certo em religiões que pregam o amor. Ele também menciona as Cruzadas, na Europa, e os conflitos envolvendo monges budistas no Japão, que agiam como se fossem soldados. Isso está escrito nestas Sagradas Palavras.
Com relação às Cruzadas, na verdade são batalhas geradas pelos cristãos contra os muçulmanos, a fim de recuperar a Terra Santa de Jerusalém. Estritamente falando, difere de um conflito interno religioso, mas isso pode ser dito quando visto dentro da abrangência judaico-cristã.
Nessas Sagradas Palavras, Meishu-Sama afirma o seguinte: “Se você tiver conflitos dentro da sua religião ou com outras religiões, isso significa que você não possui mais o direito de ser um religioso”.
Meishu-Sama disse: “Se você tiver conflitos dentro da sua religião ou com outras religiões, isso significa que você não possui mais o direito de ser um religioso”.
O que vamos fazer com isso?
Pertencemos à Igreja Messiânica Mundial, certo? Todo mundo pensa que a história da Igreja Messiânica Mundial é de conflito interno.
O que vamos fazer com essas palavras de Meishu-Sama?
Ou seja, quando estamos em conflito ou até mesmo em momentos como o atual, facilmente dizemos: “O sentimento de Meishu-Sama é este”, “Não… quem entende o sentimento de Meishu-Sama sou eu” ou “Almejar o sentimento de Meishu-Sama”. Mas, para ser honesto, uma vez que perdemos o direito de ser uma pessoa religiosa, não temos o direito de sequer invocar o nome de Meishu-Sama.
Ou, com relação aos ensinamentos e Sagradas Palavras, facilmente dizemos: “Isso está escrito nos ensinamentos”, “Não, isso não está escrito” ou “Na verdade, estes são os Ensinamentos de Meishu-Sama”. Mas, visto que não possuímos mais o direito de ser uma pessoa religiosa, na verdade, nós não temos o direito de sequer ler os Ensinamentos de Meishu-Sama. Sabiam disso?
Além disso, pensamos: “Eu sou um seguidor de Meishu-Sama”. Pensamos dessa maneira como sendo algo óbvio, mas o fato de já não sermos mais pessoas religiosas significa, na verdade, que todos os membros ligados à Igreja Messiânica Mundial – inclusive eu, é claro – já não possuem mais qualificação para serem seguidores de Meishu-Sama.
Ademais, isso não se resume somente às Sagradas Palavras de Meishu-Sama que citei, pois as pessoas na sociedade também pensam da mesma maneira. Para começar, as novas religiões, em especial no Japão, são vistas com certa reprovação. Se nós, que somos uma nova religião, ficarmos gerando conflitos internos, mesmo que tenhamos dito algo como: “Nós estamos corretos; ruins são os outros”, quem nos olha de fora acabará pensando: “É tudo farinha do mesmo saco. Apesar de serem uma religião, ficam brigando. Então, o que estão fazendo?” Os senhores não acham isso?
É claro que existem inúmeras atividades, não é? Mas, embora digamos que fazemos atividades artísticas ou atividades com a flor, ou fazemos boas ações em prol da sociedade, acabará acontecendo o que Meishu-Sama afirma neste salmo que ele compôs:
“Patéticos são aqueles que, / Apesar de estarem cobertos pelas roupas da cultura, / Cometem atos bárbaros.”
Independentemente do quanto tentamos ser como pessoas normais e fingir que estamos “cobertos pelas roupas da cultura”, se nossos companheiros de fé, seguidores de Meishu-Sama, cometeram o ato de seguir e filmar secretamente alguém, será que isso não provou que todos nós, seguidores de Meishu-Sama, somos, sem exceção, pessoas bárbaras que cometem atos horríveis?
Seguir e filmar secretamente Kyoshu-Sama e sua esposa: acham que vocês não têm nada a ver com esse ato covarde? Sim, vocês têm. Sim, nós temos, pois esse ato foi realizado por nossos companheiros, seguidores de Meishu-Sama. Isso é o mesmo que nós termos cometido esse ato. Nós cometemos o mesmo pecado que aqueles que de fato o cometeram. Não é do tipo: “Foram aquelas pessoas que fizeram”. Não é isso. Por mais que pareçamos pessoas comuns, usando a “roupa da cultura”, no final das contas, nossa natureza consiste em algo similar ao ato de seguir, filmar e fotografar secretamente alguém, não acham? Como essa postura existe dentro de nós, Meishu-Sama incumbiu a um grupo de pessoas que fizesse aquilo na prática, não acham? Isso foi para que, através dessa situação, estivéssemos cientes da nossa natureza. É isso o que eu penso.
Naturalmente, há dentro do nosso coração o sentimento de querer achar que isso não tem relação conosco, não é? Queremos pensar que, na prática, não sabemos muito bem o que aconteceu há mais de 30 anos, na purificação da Igreja na época de Sandai-Sama, e que não temos nada a ver com o ato de seguir, filmar e fotografar secretamente alguém. Mas, até hoje, nós continuávamos a ter conflitos internos na Igreja. Quanto a isso, será que alguém realmente pediu desculpas a Meishu-Sama, admitindo que somos pessoas que não possuem mais o direito de ser pessoas religiosas?
Meishu-Sama compôs o seguinte salmo:
“Ó Deus! / Se assim Vós desejais, / Com o Vosso infalível amor, / Com a Vossa grandiosa misericórdia e compaixão, / Perdoai-me – / Eu, cujo corpo, família e antepassados estão repletos de muitos pecados!”
O próprio Meishu-Sama afirma que seu corpo, família e antepassados estão repletos de muitos pecados. E ele afirma que quer receber o perdão através da grandiosa misericórdia e compaixão de Deus.
O pensamento que nos vem à mente é: será que Meishu-Sama cometeu tantos pecados assim? Além disso, Meishu-Sama rogou pelo perdão, não só de seus pecados, como também, pelos pecados dos antepassados da sua família. Não era um pedido particular, não. Ele pediu perdão representando todos aqueles que estão conectados a ele.
Sendo essa a postura de Meishu-Sama, aí sim que nós, ao invés de dizer que o que foi feito pelos nossos antecessores, pelos pioneiros da Igreja Messiânica Mundial, não tem relação conosco, temos que afirmar que “essa foi a minha postura” e que “essa foi a minha postura que gera conflitos”. É dessa maneira que devemos pedir perdão a Deus e a Meishu-Sama. Alguém precisa possuir esse sentimento.
Ou vamos ficar sempre dizendo que “nós somos os certos” e “somos nós quem está certo”, e continuar trilhando um caminho de processos judiciais? Como neste mundo existe uma ordem, certamente há a necessidade de se abrir um processo judicial. No entanto, por mais que haja essa necessidade, como pessoas de fé, é óbvio que o que realmente precisamos fazer é pedir desculpas a Deus e a Meishu-Sama.
Após receber a purificação do derrame cerebral hemorrágico, em seus últimos anos de vida terrena, Meishu-Sama afirmou repetidas vezes o seguinte: “De agora em diante não será desculpar-se, mas sim, arrepender-se”. Logo, o que vem a ser a diferença entre a desculpa e o arrependimento, aos quais Meishu-Sama se referiu? Vocês já pensaram nisso?
Penso que arrepender-se é algo que está relacionado com a vida. Acho que nisso consiste o arrependimento. Desculpar-se, por sua vez, não chega a tanto.
Eu acho que Meishu-Sama, quando recebeu a purificação do derrame cerebral hemorrágico, certamente sentiu que havia algo relacionado com a vida. Acho que Meishu-Sama pensou o seguinte: “Ah! Realmente eu preciso me arrepender de todo coração perante Deus sobre a minha vida”.
Mesmo com relação à história da Igreja, certamente até hoje houve pessoas que até certo ponto pediram desculpas para Meishu-Sama, dizendo algo como: “Desculpe-me, pois acabei ocasionando um conflito como este”.
No entanto, se na verdade nós não possuímos mais o direito de ser uma pessoa religiosa, isso é um assunto sério. Em suma, é o mesmo que ser retirada a condição de ser um seguidor de Meishu-Sama e, caso Meishu-Sama venha a cortar a corda que nos liga a ele, isso é o mesmo que ser cortada a corda que nos liga à vida eterna. Ou seja, na verdade, isso seria a nossa declaração de óbito.
Independentemente de termos ou não relação com os conflitos internos que ocorreram na Igreja até hoje, precisamos perceber que isso é um assunto muito sério, pois é o mesmo que Meishu-Sama estar nos dizendo: “Você não possui mais o direito de ser uma pessoa religiosa”. E, certamente, isso é algo pelo qual precisamos nos arrepender.
Todavia, nós dizemos “precisamos nos arrepender” com muita facilidade e leviandade, presumindo que se nos arrependermos, com certeza seremos perdoados. Bem, deixem-me dizer isto: não fiquem muito otimistas. Isso não é tão fácil quanto vocês pensam.
Kyoshu-Sama – e evidentemente Meishu-Sama também – tem explicado a respeito da importância de nos arrependermos sobre tudo o que acontece. Nós escutamos isso e supomos de forma leviana que, no final das contas, certamente seremos perdoados se nos arrependermos. Porém, Meishu-Sama compôs o seguinte salmo:
“Quando chegar o fim dos dias, / Vocês serão levados ao tribunal para serem julgados. / Não importa o quanto vocês se arrependam nesse momento, / Isso será em vão.”
Nele, Meishu-Sama afirma que, não adianta nada se arrepender quando for levado para o tribunal do Juízo Final, pois aí já será tarde demais.
Vejamos outro salmo de Meishu-Sama:
“Oh, quão feroz é o fogo do julgamento! / Quando isso vier, /Mesmo que vocês possam olhar para o céu / E orar a Deus, / Será tarde demais.”
Este salmo também foi composto por Meishu-Sama, sabiam? Ele afirma que o fogo do julgamento de Deus é tão feroz que, quando esse momento chegar, já será tarde demais e não adiantará olhar para o céu e orar a Deus.
Ambos são salmos muito severos, não acham? Facilmente partimos da premissa de que seremos perdoados, mas, na prática, não há realmente como prever o que Deus fará.
Precisamos, no mínimo, saber que Meishu-Sama expressou o sentimento de temor a Deus que ele tinha nesses salmos. Portanto, acho melhor nós também não fazermos pouco caso do arrependimento.
Afinal, se Deus nos disser que é tarde demais para nos arrependermos, será o fim, não é? Seremos queimados pelo fogo do julgamento e pereceremos. Esse pode ser o destino que nos espera.
Bem, falando de forma rigorosa, iria acabar assim. Mas vocês sabem o que mais? Na verdade, está longe de sermos queimados e, pelo contrário, o amor de Deus é muito maior do que jamais imaginamos.
Mas, por pensar que seremos perdoados, não sentimos nenhuma emoção mesmo que Deus nos diga: “Eu te perdoo”, não é mesmo?
Ao invés disso, se pensássemos: “Se eu cometer algum vacilo, talvez eu seja queimado” e “Se Deus olhar para mim, verá que sou uma existência difícil de ser perdoada”, e em meio a esses pensamentos, declarássemos para Deus com coragem: “Eu me arrependo”, e em relação a isso, Deus nos dissesse: “Eu te perdoo”, acho que essa alegria seria uma alegria indescritível.
Kyoshu-Sama nos diz que Deus fez com que nos tornássemos seres sem pecado. O que sentimos quando escutamos isso? Nada. Pelo contrário, pensamos algo como: “Qual pecado eu já cometi?” Devo dizer que nós, inclusive eu, é claro, realmente pensamos com leviandade acerca do fato de sermos pecadores.
Na verdade, temos que estar no mínimo cientes do seguinte: “Se Deus nos disser ‘não’, isso é algo muito sério”. E se, cientes disso, prostrarmo-nos diante de Deus com esse sentimento e Ele nos disser: “Eu te perdoo. Você é inocente”, acho que a alegria que sentiremos será uma alegria insubstituível.
Porém, do ponto de vista de Deus, na verdade não existe nem “perdoar” e nem “não perdoar”. Assim como mencionei há pouco, neste exato instante, Deus nos envolve em um amor que excede muito a nossa imaginação.
Afinal, pelo menos nós estamos vivos neste exato instante.
Estamos vivos e estamos respirando. Nós inspiramos e expiramos.
Acerca de conseguirmos respirar, simplesmente achamos que isso é uma coisa óbvia, não é? Dizemos algo como “existe esse método de respiração” ou “é melhor respirar dessa maneira”, apossando-nos imediatamente da respiração como se ela fosse algo que pertencesse ao ser humano, não é? No entanto, somos capazes de expirar o ar e, além disso, inspirá-lo, certo? Ao expirar, naturalmente inspiramos. Basta expirar para conseguirmos inspirar, não é?
Será que vocês não acham que conseguem inspirar como desejam? Mas por sermos capazes de inspirar, isso significa que, depois de cada sopro que expiramos, Deus nos dá a Sua respiração e nos diz: “Eu lhe darei a Minha vida”. Isso ocorre em cada respiração nossa, e é por isso que conseguimos inspirar depois de expirar.
Vocês podem pensar: “Não, eu consigo respirar com a minha própria força”. Mas será que essa é a postura correta para se ter como uma pessoa que crê em Deus?
Vamos expirar. Vejam que, com isso, conseguimos inalar, certo? Conseguimos respirar facilmente, sem obstáculos. Isso só pode significar que, após cada respiração que exalamos o ar, Deus está nos provendo uma nova respiração, dizendo: “Eu lhe darei a Minha vida”. Ele faz isso 24 horas por dia e em cada respiração nossa.
Além disso, isso não ocorre somente conosco. Deus concede Sua amorosa respiração tanto para os bons quanto para os maus, sem qualquer discriminação. Ele faz isso em cada respiração que todos nós fazemos. Assim sendo, o tamanho do amor de Deus é tão grande que é impossível compreendê-lo pela inteligência humana.
Meishu-Sama disse que existe o “amor do ser humano” e o “amor de Deus”, não é? E ele afirma que esse amor de Deus é um amor daijo, que é abrangente, o amor pelo mundo, o amor pela humanidade e o amor pelo próximo.
Quando nós ouvimos Meishu-Sama dizer “amor ao próximo”, imediatamente fazemos com que esse amor seja nosso e o reduzimos ao “amor ao próximo” que geralmente é compreendido pela sociedade. E, por fim, acabamos dizendo coisas como: “Vamos fazer algo pelas pessoas ao nosso redor. Isso é o ‘amor ao próximo’ que Meishu-Sama ensina”. No entanto, Meishu-Sama diz que o amor que temos pelos outros ao nosso redor é um amor humano, um amor shojo, e que não importa o quão forte seja esse amor: no fim, ele é mau.
Dissemos por muito tempo que precisamos “amar o próximo”. Mas nós, seres humanos, conseguimos ter um “amor pelo próximo” tão forte quanto o de Deus? Deus não faz discriminação entre as pessoas. Só que nós, mesmo sendo gentis com alguém, ficamos nos remoendo por dentro caso essa pessoa diga algo que não nos agrada.
No entanto, Deus está sempre vertendo Seu amor e vida em todas as pessoas, em qualquer pessoa, mesmo naquelas que, do nosso ponto de vista, achamos: “Aquela pessoa está absolutamente errada”.
Quem é o “próximo” quando dizemos “amor pelo próximo”? São todas as pessoas da humanidade. Será que nós, seres humanos, temos a capacidade de amar igualmente toda a humanidade, cada pessoa? Não, não temos.
Estamos reunidos aqui, neste exato instante. Mas existe alguém que está dormindo agora do outro lado do planeta, não é? Deus está, neste exato instante, outorgando a vida também para todas essas pessoas, mantendo-as vivas. Nós não possuímos um amor altruísta que ama o próximo dessa maneira, mas acho que, mesmo assim, nós vivíamos até hoje achando que o amor é algo que nos pertence.
Antes de tudo, em relação à existência de Deus, por mais que escutemos que Deus está vivo, imediatamente dizemos algo como “não tenho essa sensação” ou “não há provas”. Mas nós estamos vivos neste exato instante. Estamos vivos e essa vida, essa sensação do “eu”, não é algo que foi criado por nós. Jamais seremos capazes de criar algo como a consciência ou os sentimentos que movem o nosso coração.
Isso significa que a nossa consciência, na verdade, não é a nossa consciência, mas sim, a consciência de Deus.
Neste exato instante, vocês sentem que estão vivos, não sentem? Vocês sentem dessa maneira apenas porque Deus está vivo dentro de vocês. Então, o fato de vocês sentirem que estão vivos neste exato instante é a própria prova de que Deus existe dentro de vocês. Afinal, não somos capazes de viver pela força humana.
“Eu estou vivo agora”: essa é a própria prova de que Ele existe. Afinal, nós estamos vivos agora, não é? Isso ocorre porque Deus está vivo dentro de nós.
Mas, embora Deus nos conceda tamanha bênção, dizemos algo semelhante a: “Eu acredito em Deus” ou “Eu não acredito em Deus”, como se tivéssemos o direito de escolher. Mas quem é o ser que dá o poder para “acreditar” ou “não acreditar”? Definitivamente, é Deus.
Em 1953, Meishu-Sama compôs o seguinte salmo:
“A partir deste ano, / Eu deixarei o caminho de espinhos / E caminharei pelo caminho de glória!”
Esse salmo foi composto em 1953. Mas isso não pode ser tratado apenas como uma memória antiga do tipo: “Ah! Isso também aconteceu?”. Não se trata de algo como: “Isso só tem relação com 1953 e não tem nada a ver conosco, que vivemos o agora”.
Não é isso. O fato de Meishu-Sama ter deixado esse salmo para nós significa que ele vem até nós e nos diz o seguinte: “Vocês precisam decidir agora se querem avançar por um caminho de espinhos ou por um caminho de glória”.
É agora, ou melhor, hoje. Temos que decidir isso hoje.
Caminho de espinhos: isso é o mesmo que se apossar do amor de Deus e, por fim, brigar com quem está ao seu redor; apossar-se da consciência de Deus, e viver como se você é quem estivesse vivendo, como se fosse você quem estivesse fazendo, vivendo sua vida por conta própria. Isso, obviamente, é o caminho de espinhos. Afinal, embora todo o poder pertença a Deus, se dissermos que conseguimos realizar algo pelo esforço humano, então se torna o caminho de espinhos. Nós dizemos que o ser humano coloca 99 por cento de esforço e Deus nos ajuda com o último 1 por cento. Bem, quem faz com que vocês coloquem 99 por cento de esforço? É Deus.
Assim sendo, vamos escolher trilhar por esse caminho de espinhos ou vamos escolher o caminho de glória, que é o caminho da glória de Deus que nos leva a pensar que “tudo é a glória de Deus” e que “a minha vida também é a manifestação da glória de Deus”, e que, independentemente do amor que tenhamos, nos faz pensar: “Essa é a manifestação da glória de Deus”? Meishu-Sama está nos fazendo a seguinte pergunta: “Vocês querem pegar o caminho de espinhos ou o de glória? Vocês precisam decidir hoje”.
“Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração como eles fizeram na rebelião.” (Hebreus 3:15)
Repito: “Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração como eles fizeram na rebelião.”
Na verdade, nós ouvíamos essa voz! Nós a ouvíamos, não é mesmo? Eu acho que nós a ouvíamos.
“Deus está dentro de nós”, “A existência de Luz está dentro de nós”: isso é o que nós ouvíamos.
Mas, para nós, não existe nada mais inconveniente do que isso, não é? Afinal, queremos viver pela nossa própria força, queremos concretizar algo pela nossa força e queremos ser o alvo do engrandecimento e da virtude, não é verdade?
É por isso que, quando ouvimos essa voz anteriormente, pensamos: “Não há nada mais inconveniente do que isso”, e voltamos nossas costas para Deus. Dar as costas foi o mesmo que dizer: “Eu viverei por conta própria”, “Eu tenho fé” e “Eu tenho feito isso para Deus”, trilhando até hoje um caminho de espinhos, não é mesmo?
Mas, agora, uma nova chance chegou até nós. Ou seja, Meishu-Sama, através de Kyoshu-Sama, está nos ensinando o seguinte: “Deus está vivo dentro de vocês”.
Portanto, o que faremos se ouvirmos essa sagrada voz hoje? Vamos agir como quando viramos as costas para Deus ou quando endurecemos nosso coração e dizer: “Mesmo assim quero continuar vivendo por conta própria”? Agiremos assim ou não? O que faremos?
Com relação à voz, Meishu-Sama compôs o seguinte salmo:
“Tu, o Salvador! / Toda vez que escuto tua voz, / Meu corpo e alma rejuvenescem e recuperam as forças. / Quão preciosa é a tua voz!”
Citei esse salmo no Culto da Primavera deste ano. Nele, Meishu-Sama menciona que estava escutando a voz de alguém a quem se referiu como “tu, o Salvador”.
“Hoje, se ouvirem sua voz”, na Bíblia, e “toda vez que escuto a tua voz”, no salmo de Meishu-Sama, apontam para a existência da voz de Deus.
Mas, de nossa parte, dizemos: “Eu não escuto essa voz. Eu não escuto nada”, não é?
Obviamente, não se trata de uma voz que se escuta facilmente, mas, na verdade, eu acho que Deus está conversando conosco. Estou certo de que Deus está nos dizendo algo.
Ou seja: “Eu te amo por toda a eternidade”.
Acredito que, no mínimo, Deus está dizendo isso para nós.
Com relação a isso, vocês podem dizer: “Não, eu não consigo ouvir”. Mas a verdade é que hoje nós ouvimos a voz de Deus. Ouvimos Deus nos dizer: “Eu te amo por toda a eternidade”. Nós temos ouvido isso o tempo todo e, hoje, na verdade nós a ouvimos novamente.
Meishu-Sama compôs o seguinte salmo:
“Ó Deus, meu pecado é grave. / Mas Vós, ó Deus, não me punistes por isso. / Em vez disso, Vós nos abençoais com abundante felicidade!”
Somos pecadores. Não há dúvidas quanto a isso. Então, será que Deus vai nos punir por nossos pecados? Na verdade, não. Pelo contrário, Deus está dizendo que Ele não vai nos condenar. Além disso, Ele está dizendo que vai nos abençoar com abundante felicidade. Realmente, quão grande é o amor de Deus.
Afinal, que felicidade é essa? Acerca disso, é óbvio que também existe a felicidade material, mas, na verdade, essa felicidade é a própria vida, sabiam? É a vida.
E não é só isso. A vida neste mundo, a respiração neste mundo, acabará um dia, não é? A duração da vida varia de pessoa para pessoa, mas a abundante felicidade que recebemos é a vida eterna. Ela é a vida eterna, a respiração eterna.
Por mais graves que sejam os nossos pecados, Deus está dizendo que nos abençoa de forma ilimitada com a vida eterna.
Perder a qualificação como pessoa religiosa significa que perdemos a qualificação como seres que ficam ao lado de Deus.
No entanto, Deus está nos dizendo o seguinte: “Eu te amo por toda eternidade. Portanto, viva na Minha vida eterna”.
Se assim for, devemos almejar obter essa bênção, nem que para isso venhamos a perder tudo. Será que não precisamos almejar receber a vida eterna de Deus, nem que para isso tenhamos que sacrificar tudo? Se conseguirmos pensar dessa maneira, acho que Deus ficará realmente alegre.
Ao escutarmos isso, facilmente dizemos algo como: “Mas o que podemos fazer? Que ação ou prática devemos fazer?” Mas, na verdade, não é bem assim. Deus, que vive dentro de nós, está nos dizendo o seguinte: “Eu te amo” e “Eu vou utilizar você como Eu quero. Isso está bom para você?”.
Então, não há mais o que podemos fazer, exceto dizer para Deus: “É inútil que esse ‘eu’ que é tão pecador faça qualquer coisa. Em vez disso, utilizai-me, por favor, para que a Vossa vontade seja concretizada”. Isso é tudo o que podemos fazer. Assim como Meishu-Sama diz que o amor humano é pequeno, não adianta nada nós mesmos aparecermos para o mundo. Não existe nada mais gratificante do que Deus se manifestar através de nós.
Para começar, não estamos na posição de dizer algo como: “O que podemos fazer? Que ação ou prática devemos fazer?” Afinal, nossa única escolha é sermos utilizados por Deus, não é mesmo?
Deus agora – neste exato instante – com amor e poder abundantes, está abençoando toda a humanidade com Sua vida e respiração. Além disso, Ele está sempre dentro de nós.
Assim sendo, mesmo se perdermos tudo, nossa única alternativa é pensar que queremos viver no amor de Deus, não é mesmo? Não temos outra escolha a não ser pensar: “Eu quero viver no amor de Deus. Eu quero trilhar uma vida como essa”, não é mesmo?
Certamente, somos existências que perderam a qualificação como pessoa religiosa. E não é só isso. Até hoje, não existiu ninguém na história da Igreja que realmente abriu seus olhos para isso e se arrependeu. Na verdade, cometemos um erro muito grave.
“Não importa o que aconteça, quero estar unido a Meishu-Sama. Não importa o preço, quero viver na vida e no amor de Deus que Meishu-Sama me ensinou”: se realmente conseguirmos pensar isso do fundo do nosso coração, mesmo que certamente tenhamos perdido uma vez a qualificação como pessoa religiosa – na verdade, perdemos muitas vezes – Deus não vai nos condenar por nada. Pelo contrário, Ele vai nos dizer: “Eu te perdoo. Por quê? É porque Eu te amo”. Eu penso assim.
Dessa maneira, hoje, nós ouvimos a voz de Deus. Nós ouvimos a voz de Deus nos dizendo: “Eu te amo por toda eternidade”.
Portanto, vamos decidir por trilhar o caminho de glória, vivendo em comunhão no amor de Deus.
Muito obrigado.