A respeito da melodia e letra de “O Senhor será eu”
Por Masaaki-Sama

 

Isto aconteceu quando eu morava em Londres. Não sou um profundo conhecedor de música clássica, mas o tio da minha mãe, o reverendo Kiichi Horiuchi, é um grande conhecedor de música clássica e, por recomendação dele, fui ouvir a apresentação de Requiem, composta por Gabriel Fauré, no salão de espetáculos Royal Albert Hall. Naquela época, eu estava em Londres fazendo doutorado em Ciência da Religião e aconteceu de a minha mãe ter ido do Japão até Londres e juntos fomos assistir a essa apresentação. Para mim, essa foi uma das poucas oportunidades que tive de ouvir uma apresentação ao vivo de música clássica.

O Senhor será eu é outra música cuja melodia foi composta pelo maestro da Igreja Mundial do Messias, o senhor Naoya Ichioka. Fiquei sem palavras quando ouvi pela primeira vez o playback de estudo da melodia, uma vez que essa composição ficou simplesmente maravilhosa. Ao mesmo tempo, apesar de fazer muitos anos que eu não escutava Requiem, de Gabriel Fauré, o playback fez com que eu me recordasse dessa música, em especial, o trecho inicial da parte chamada In Paradisum (“No Paraíso”).

Ao escutar o trecho inicial de In Paradisum, tenho a sensação de que sou transportado para um outro mundo: um local puro, um local sublime no Céu. A propósito, o trecho que eu mais gosto em Requiem, de Gabriel Fauré, é a parte chamada Sanctus (“Santo”).

A introdução de O Senhor será eu, além de ter uma ressonância paradisíaca, pura e sublime, semelhante a In Paradisum, também traz consigo uma sensação nostálgica. Embora seja uma melodia que eu não escutei uma vez sequer, era como se ela me fizesse sentir que eu já havia escutado essa música muito tempo atrás. Não encontro palavras para descrever a magnificência da composição feita pelo maestro Ichioka.

Na primeira estrofe, entre “De quem são os mares? São do Senhor” e “A quem pertence a vida?”, existe um longo interlúdio. Cheguei a pensar: “Por quê?” Mas tive a seguinte sensação: Deus criou o céu, as estrelas, os mares e, depois disso, destinou muitos anos para criar o ser humano, criar a vida. Esse longo interlúdio representa esse eterno momento que se estendeu por bilhões de anos. É para saborear isso, para pensar nisso, que esse interlúdio é longo.

Ao escutar esse interlúdio, a imagem que me vem à mente é a de eu me tornar um anjo, ou algo semelhante, que voa livremente pelo imenso céu.

Senti que as perguntas que começam com “a quem pertence” em “A quem pertence a vida?” e outros mais, tanto na primeira quanto na segunda estrofe, realmente levam o ouvinte a pensar: “A quem pertence?”. Toda a melodia tem um tom alegre, dócil e puro, mas o referido trecho contém uma melodia de suspense, uma melodia que manifesta um coração hesitado. Isso faz com que a melodia tenha ênfase e proporcione ao ouvinte a sensação de que toda a melodia contém uma história. Também senti que, com isso, torna-se muito mais fácil ter empatia pelo conteúdo da letra.

Após esse momento de suspense, esse momento de hesitação, a melodia entra no trecho onde é cantado: “Pertence ao Senhor” e, então, expressa a alegria borbulhante e transbordante de ter conhecido a verdade que aflora do fundo do coração. Sinto que a melodia expressa uma alegria tranquila, mas convicta, e não uma alegria humana que é extravagante.

Ao escutar essa melodia tranquila e escutar o trecho da letra que diz: “Pertence ao Senhor. Pertence ao Senhor. Tudo pertence ao Senhor!”, sinto que era isso o que dizíamos a Deus há muito tempo quando estávamos no Céu, que era com essas palavras que todos nós nos comunicávamos com Deus, o Pai Celestial, e louvávamos a Deus! A sensação que eu tive foi esta: a sensação de eu ter voltado no tempo. Senti-me envolto pela tranquilidade e o calor de estar sendo amado por Deus, sendo envolvido pelo Seu amor, há muito tempo. Percebi a verdade óbvia de que, há muito tempo, nós conversávamos diretamente com Deus.

Acerca da composição musical, primeiro eu compus a letra e, com base nela, o maestro Ichioka compôs a melodia. Certo dia, a frase “O Senhor será eu” surgiu em mim como se tivesse caído precisamente no meu coração e, nesta ocasião, eu preparei todas as outras frases para que essa única frase se tornasse uma música, dando origem à letra de O Senhor será eu.

Quando a frase “o Senhor será eu” veio a mim, naturalmente tive uma emoção naquele momento, mas ao escutar posteriormente a melodia composta para essa letra e mergulhar no mundo que a letra proporciona, quando chegou o trecho onde é cantado “eu pertenço, pertenço ao Senhor”, logo depois, subitamente escutei “o Senhor será eu” e fui tomado pela sensação de que Deus realmente estava me obtendo, vindo até mim querendo ser eu e que Deus faz isso até mesmo para um ser como eu, para um pecador como eu, e não consegui conter as lágrimas que afloravam enquanto eu estava sendo plenamente preenchido pela grandiosidade do inimaginável amor de Deus.

Além disso, a sensação mais misteriosa é que, apesar de a letra ter sido composta por mim, quando chega o trecho onde é cantado “o Senhor será eu”, de fato sou sempre pego de surpresa e penso: “Hum? É isso o que vem a seguir!?” Talvez isso aconteça porque Deus está querendo ser eu é algo novo por toda a eternidade.

Entretanto, não é só isso. O encerramento da melodia, após toda a letra ser cantada, o som que se assemelha ao badalar dos sinos anunciando a chegada de uma nova era que há na introdução da música Um Novo Mundo, cuja letra foi composta por Kyoshu-Sama, também se faz presente no encerramento da música O Senhor será eu.

O badalar dos sinos que tocam no começo da música Um Novo Mundo, que foi a música de abertura da Cerimônia Especial de Comemoração do Nascimento do Messias, tocam também no final da música O Senhor será eu, que foi a música de encerramento da Cerimônia Especial de Comemoração do Nascimento do Messias.

Com isso, as músicas Um Novo Mundo e O Senhor será eu formaram um par. E não foi só isso. Elas transpassaram toda a Cerimônia Especial de Comemoração do Nascimento do Messias, como se ligassem desde o início até o fim da cerimônia. Parecia que Deus estava badalando esses sinos anunciando a chegada de uma nova era, e o seu som envolveu toda a Cerimônia Especial de Comemoração do Nascimento do Messias, fazendo-a se tornar uma coisa só.

Tiro o chapéu para uma criação como essa. Além da admiração que tive pela sua genialidade, pois sua composição foi realmente genial, também não pude deixar de pensar que Deus estava compartilhando com todos nós, que participamos da Cerimônia Especial de Comemoração do Nascimento do Messias, uma pequena fração do esplendor da Sua graça.

Deus obtém eu; Ele será eu. Acredito que isso é o que Meishu-Sama disse a respeito do nascer de novo e do nascimento do Messias.

Espero que todos os membros possam, por pouco que seja, sentir através dessa melodia e da letra, a vontade de Deus imbuída no nascer de novo e no nascimento do Messias, que são os maiores mistérios das Sagradas Palavras de Meishu-Sama.

E, se possível, gostaria que todos experimentem cantá-la. Acho que todos encontrarão aqui um mundo diferente do que sentiriam apenas escutando-a.

 
Naoya Ichioka
Nascido em 1997, tem 25 anos de idade. É graduado em música pela Universidade de Artes de Tokyo (que antigamente se chamava “Escola de Artes de Tokyo”, onde Meishu-Sama estudou). Tornou-se integrante da Igreja Mundial do Messias a partir de abril de 2020 e, atualmente, dedica no Departamento de Música da Igreja Mundial do Messias.

Este conteúdo está disponível em: 日本語